segunda-feira, 20 de julho de 2020

Quarentena no Ano 20 - Conto (Desafio)

Olá!
Aqui venho com o meu conto para o desafio do Grupo Fábrica de Histórias.

Título: Quarentena no Ano 20.
Número de Palavras: 727 palavras
Autora: Marina Costa
Sinopse: Em 2064, Júlia conta ao seu neto o que passou durante a pandemia da Covid 19 em 2020. Em palavras calmas, fala sobre a quarentena, as máscaras, a falta de proximidade, os problemas profissionais, o desemprego, a dor do afastamento e as perdas humanas.

Desafio Literário (Créditos: Fábrica de Histórias)

Deixei o meu neto sentar-se ao meu lado. Há pouco mais de quarenta anos ocorreu aquele terrível "acidente", aquela doença que parou o mundo. Covid 19, o seu nome.
– Foi assim tão mau? – Perguntou o neto, preocupado.
– Foi, querido. Estás pronto para ouvir?
Ele fez um sim com a cabeça. Respirei fundo e comecei a lembrar-me.
– Gostas de falar com os teus amigos pela Internet, não é?
Ele confirmou com a cabeça.
– Durante esta pandemia o amor entre as pessoas era provado por aí. As pessoas não se viam pessoalmente. A humanidade evoluiu, todos estavam ligados, era bom, as pessoas distantes falavam e viam-se em tempo real, parecia que estavam perto.
– Mas isso acontece agora.
Eu comecei a rir.
– Sim, mas estamos a falar de 2020, querido. – Fiz uma pausa e recomecei – Sabes, esta pandemia juntou as pessoas distantes, mas afastou as pessoas que estavam próximas, que viviam dentro da mesma casa, os pais deixavam de falar com os filhos, tudo dentro da própria casa. Para se conseguir ter mais conforto a nível da humanidade e da saúde, as pessoas trabalhavam fora. Os médicos não viam as famílias. Tudo para salvarem a humanidade. O povo estava a tornar-se egoísta antes e Deus enviou uma doença que nos levou a entender a importância do amor e da amizade.
– Eram assim tão más pessoas?
– Sim, querido. As pessoas antes desta doença estavam a perder os valores mais importantes: a empatia, a humildade, a bondade. Estavam a tornar-se escravas do trabalho. Com aquela doença, o povo teve que parar em casa. As pessoas de todo o mundo foram obrigadas a ficar em casa, pois era a única forma de travar o perigo. Isso levou a que as pessoas se encontrassem.
– Não foi difícil?
– Foi, querido.
– Deve ter sido assustador.
– E foi, querido. Em alguns países, as pessoas tiveram que ficar em casa três meses, vinte e quatro horas por dia. Foi difícil, mas as pessoas começaram a viajar para dentro de si mesmas e redescobriram o caminho, redescobriram o amor, o coração, a fé, a amizade, a humildade, o companheirismo, a esperança, a empatia. Quando isso aconteceu uma luz começou a brilhar e quanto mais eles tinham esperança, mais aprendiam a lição e mais o coração brilhava. As pessoas começaram-se a unir, a querer a vida, a quererem ficar próximas.
– Isso acabou com a doença?
Eu abanei a cabeça.
– Não aconteceu logo, querido. Começámos a sair à rua de máscara. As pessoas perderam os seus empregos, tiveram que pedir ajuda. Todos começaram a unir-se. A dar casa, a dar abrigo. Houve muitas perdas, muitas mortes, mas as pessoas uniram-se contra a doença. Tivemos que nos afastar. Não nos pudemos abraçar.
– Quanto tempo durou?
– Ainda um bom tempo. A doença durou um ano. Depois surgiu a vacina. Os infetados conseguiram recuperar.
– E depois?
– Depois as pessoas mudaram os seus hábitos. Começaram a sair à rua e a cumprimentarem-se. Começaram a fazer o que lhes tinha sido proibido. Abraços, beijos e até mesmo sorrisos que a máscara teve que tapar. Tinham aprendido a lição e assim com as pessoas cobertas de amizade, humildade e empatia, Deus permitiu que a humanidade entrasse numa nova era, uma era de amor, união e humildade.
– Que bonito, avó! Teve tudo um final feliz.
– Sim, acabou por ter. As mortes foram relembradas numa data mundial e todos se lembraram deste período mais triste.
– Alguém morreu dessa doença na nossa família?
Aquela pergunta parou-me o coração.
– Sim, querido. Perdi os meus avós. Eles eram a faixa etária com mais perigo a ter a doença. Eu, naquela época, era uma jovem com pouco mais de vinte anos que só queria me divertir. Saí à rua com amigos, alguns infetados, sei lá, e tudo aconteceu aí. Cheguei em casa e infetei os meus avós. Foi triste. Eu não era uma boa pessoa, meu querido. – Fiz uma pausa. Ele também ficou calado – Por isso é que te estou a contar isto. Tens que saber que as pessoas com o amor no coração são mais bonitas, são mais saudáveis. Deus nos dá o dobro se fizermos a coisa certa, e também nos dá o dobro se fizermos a coisa errada.
– Obrigado, avó. Foi uma história muito bonita.
– Espero que nunca te esqueças disto, meu querido.
– Não, avó. Eu tenho amor no coração.
Ele levou uma mão ao peito. Eu só pude sorrir.


Fim do conto...

Não Fui O Melhor - Microconto (Desafio)

Olá!
Aqui venho com o meu microconto para o desafio do Grupo Fábrica de Histórias.

Título: Não Fui o Melhor
Número de Palavras: 84 palavras
Autora: Marina Costa
Música: No Fui El Mejor de Gustavo Elis

Vídeo:



"Eu sei que a nossa relação acabou, não te lembras de mim, sei que errei, mas nunca me perdoarás. Esta é a última carta. Perdi uma segunda oportunidade. Fiz um erro e o confesso. Desculpa. Já não irei atrás de ti. Adeus."
Ela leu a carta pelas mãos da mãe.
– Ele me amava tanto assim?
– Não, ele causou o teu acidente e fez-te perder a memória.
A jovem recebeu três cartas das quinze que ele lhe enviou pela mãe dela. Nunca mais se reencontraram.




domingo, 5 de julho de 2020

Desafios Literários no Fábrica de Histórias

Olá!
Quase sinto vergonha de vir aqui depois de tanto tempo, mas cá estou eu.
Desta vim, vim divulgar um desafio literário do Grupo do Facebook Fábrica de Histórias.
Este blogue ainda é um blogue de Concursos e Desafios e continua a divulgá-los, se existirem.

Deixarei aqui as regras abaixo, avisando que irei participar e deixarei os meus textos aqui!


1) Microconto songfic - Devemos escrever um microconto de até 500 palavras baseado em qualquer música que a gente goste, de qualquer estilo. Não é para colocar o trecho da música no meio da história em separado. O trecho pode aparecer como epígrafe, mas devemos nos basear na letra para escrever a nossa história.





2) Conto com protagonista idoso - Podemos fazer um conto de 500 a 6.000 mil palavras sobre personagens que já estejam na terceira idade, relembrando que os dia dos avós é no fim do mês.

Regras:
1) Você pode participar dos dois desafios com quantas histórias quiser, mas só será premiado(a) com uma.
2) Respeite o tema e o limite de cada proposta;
3) Respeite as regras da plataforma em que postar sua(s) história(s); aceitarão histórias publicadas em todos os sites, incluindo blogs e sites pessoais.
4) Prazo de inscrições: 04 de Julho a 31 de Julho de 2020.
5) A história pode estar dividida em capítulos (no caso dos contos) desde que não ultrapasse o limite máximo e esteja marcada como concluída no dia 31.
6) A moderação do grupo pode participar, mas apenas para incentivar a comunidade. Nenhum admin ou moderador será premiado.

Premiação:
Selos de primeiro, segundo e terceiro lugares para cada proposta e divulgação especial no grupo e na página.

Para participar: Grupo Fábrica de Histórias
A página do grupo: Página Fábrica de Histórias

Deixarei os meus textos aqui em breve!